Segurança da informação nas empresas: guia rápido
A importância da segurança da informação nas empresas não pode ser negligenciada. É fundamental que as organizações tomem as medidas necessárias para proteger as suas informações prioritárias contra violações de dados, acesso não autorizado e outras ameaças perturbadoras à segurança dos dados das empresas e dos consumidores.
Em 2023 o Internet Crime Complaint Center (IC3), uma agência do FBI encarregada de investigar ataques cibernéticos e invasões em ambientes digitais, registrou mais de 880 mil queixas relacionadas a crimes cibernéticos. Essas reclamações resultaram em perdas financeiras que ultrapassaram a marca de US$ 12,5 bilhões. Comparado a 2022 houve um aumento de 10% do volume de ocorrências e um aumento de 25% em perdas financeiras. O custo da inação é simplesmente muito alto.
Por isso, separamos abaixo o que você precisa saber sobre a importância da segurança da informação nas empresas.
Confira também: O que é segurança da informação?
Por que a segurança da informação é necessária em uma empresa?
A integridade dos negócios principais da empresa e a proteção dos clientes são essenciais, e o valor e a importância da segurança da informação nas organizações fazem disso uma prioridade. Todas as organizações precisam de proteção contra ataques cibernéticos e ameaças à segurança, e investir nessas proteções é importante. As violações de dados são demoradas, caras e prejudiciais para os negócios. Com uma infosec forte, uma empresa reduz o risco de ataques internos e externos aos sistemas de tecnologia da informação. Ela também protege dados confidenciais, protege sistemas contra ataques cibernéticos, garante a continuidade dos negócios e proporciona tranquilidade a todas as partes interessadas, mantendo as informações confidenciais protegidas contra ameaças à segurança.
Leia mais aqui: Qual a importância da segurança da informação para o seu negócio?
Quais são as principais ameaças à segurança da informação?
Enfatizar a importância da segurança da informação nas organizações e agir sobre ela é fundamental para combater as principais ameaças à segurança dos dados. As seis principais preocupações na infosec são engenharia social, exposição a terceiros, gerenciamento de patches, ransomware, malware e vulnerabilidades gerais de dados.
1. Engenharia Social
Os ataques sociais ocorrem quando os criminosos manipulam os alvos para que tomem certas ações, como ignorar medidas de segurança ou divulgar informações para obter acesso a informações confidenciais. As tentativas de phishing são um exemplo comum.
2. Exposição a Terceiros
As empresas devem ter certeza de que quaisquer fornecedores terceirizados estão lidando com as informações de forma segura e sensível. Se houver violação de dados com um fornecedor, a principal empresa proprietária do relacionamento de consumo ainda será considerada responsável. A importância da segurança da informação nas organizações deve ser mantida no mesmo nível de alta prioridade para os fornecedores e dentro da sua própria empresa.
3. Gerenciamento de patches
Os ataques cibernéticos exploram qualquer fraqueza. O gerenciamento de patches é uma área que as empresas precisam estar atentas, isto inclui sempre atualizar os softwares para as versões mais recentes para reduzir vulnerabilidades.
4. Ransomware
Os ataques de ransomware infectam uma rede e mantém os dados como reféns até que o resgate seja pago. Pode haver danos financeiros e de reputação decorrentes do resgate, bem como perda de produtividade e perda de dados devido ao próprio ataque.
5. Malware
Malware é um software que possui código malicioso com o objetivo de causar danos ao software de uma empresa, aos seus dados e informações e à sua capacidade de fazer negócios.
6. Vulnerabilidades gerais de dados
Por último, os ataques cibernéticos podem ocorrer através de qualquer fraqueza do sistema. Alguns fatores de risco incluem equipamentos desatualizados, redes desprotegidas e erro humano devido à falta de treinamento dos funcionários. Outra área de risco pode ser uma política negligente de dispositivos da empresa, como permitir que os funcionários usem dispositivos pessoais para trabalhar que podem não estar devidamente protegidos. Você pode avaliar o nível de possível exposição da sua própria empresa por meio de um plano de avaliação de risco bem pensado.
O que significa a segurança de aplicativos para o seu negócio?
As ameaças à segurança de aplicativos de nível empresarial podem ser específicas do dispositivo, da rede ou do usuário.
Ameaças específicas do dispositivo. Existem muitas ameaças específicas de dispositivos à segurança de aplicativos empresariais. Dispositivos pessoais BYOD usados para trabalho ou outros dispositivos pessoais conectados na rede corporativa representam um ponto de ameaça. Aplicativos inseguros e vulnerabilidades de sistema operacional podem ser uma porta para injeção de malware. Aplicativos de terceiros, como Facebook Messenger ou WhatsApp, também são fontes de ameaças para organizações.
Ameaças específicas da rede. Elas colocam todos os usuários e dispositivos em risco. Conexões de rede inseguras, como WiFi, podem expor todos os dispositivos conectados na rede a ataques cibernéticos e ameaças às cadeias de abastecimento. O uso de VPNs pode mitigar alguns danos, mas sistemas de monitoramento de rede e proteção contra malware são preferidos.
Ameaças específicas do usuário. Os ataques cibernéticos podem surgir tanto de funcionários negligentes quanto de funcionários mal-intencionados. Mesmo involuntariamente, funcionários negligentes podem colocar a organização em risco ao clicar em links suspeitos, revelar credenciais confidenciais, cair em ataques de phishing e outros erros.
Tipos de ameaças à segurança de aplicativos empresariais
A conscientização sobre possíveis ameaças específicas de aplicativos pode ajudar a mitigá-las. Aqui estão alguns dos tipos comuns de ameaças à segurança de aplicativos corporativos:
- Falhas de injeção. Os hackers injetam códigos maliciosos nos sistemas de banco de dados para extrair informações ou corromper o banco de dados.
- Autenticação quebrada. Um sistema de autenticação quebrada é vulnerável a ataques de força bruta.
- Dados confidenciais expostos. Passar dados confidenciais, como credenciais de autenticação e informações de cartão de crédito, não criptografados, pode levar ao phishing.
- Configuração incorreta de segurança. Configurações padrão inseguras e incompletas, e armazenamento em nuvem aberto, são tecnicamente configurações incorretas que podem causar hacks.
- Desserialização insegura. Aplicativos que desserializam ou convertem dados em objetos, dados maliciosos ou não confiáveis, deixam o sistema vulnerável à injeção de objetos Java serializados maliciosos.
- Vulnerabilidades de componentes. Dispositivos ou componentes com vulnerabilidades conhecidas expõem a infraestrutura de TI a ataques.
Uma forma de se proteger dessas ameaças, é seguir a norma ISO de segurança de informação.
Norma ISO sobre segurança da informação
ISO/IEC 27001 é o padrão internacional para segurança da informação. Estabelece as especificações para um SGSI (sistema de gestão de segurança da informação) eficaz.
A abordagem de melhores práticas da ISO 27001 ajuda as organizações a gerir a segurança da informação, abordando pessoas, processos e tecnologia.
A certificação na norma ISO 27001 é reconhecida mundialmente para indicar que o seu SGSI está alinhado com as melhores práticas de segurança da informação.
Parte da série ISO 27000, a ISO 27001 estabelece uma estrutura para as organizações estabelecerem, implementarem, operarem, monitorarem, revisarem, manterem e melhorarem continuamente um SGSI.
Como fazer uma política de segurança da informação empresarial?
Agora você entende a gravidade da ameaça e está pronto para desenvolver sua própria política de segurança da informação. Vejamos o processo passo a passo.
1. Comece com uma avaliação
Muitas vezes, as organizações vão querer começar com uma avaliação de riscos. Nesta etapa, você percorre toda a sua operação e identifica todas as informações sensíveis. Podem ser dados privados de clientes, registros corporativos, documentos financeiros ou outras informações proprietárias e privadas.
Quando isso estiver concluído, você precisará criar um registro de todos os seus sistemas, dispositivos e tecnologia. Onde e como os usuários acessam esses dados? Quais são os pontos fracos que os hackers terão como alvo? E quais sistemas de segurança você já possui?
Em seguida, você precisa avaliar quais são e quais não são riscos aceitáveis. A política precisa ser um equilíbrio entre a realização do trabalho de forma eficaz e eficiente e, ao mesmo tempo, fornecer à organização uma quantidade adequada de proteção contra ameaças à segurança.
2. Considere as leis e diretrizes aplicáveis
Em seguida, você deve examinar todas as leis locais, estaduais e federais, bem como os padrões aplicáveis do setor, que abrangem a segurança da informação.
Por exemplo, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que é a legislação brasileira que trata da proteção e tratamento de dados pessoais.
3. Inclua todos os elementos apropriados
Não sabe o que incluir em uma política corporativa de segurança de computadores? Use esta lista de elementos comuns que aparecem na maioria das políticas de segurança padrão como orientação.
Política de Uso Aceitável (AUP): Esta política rege como os funcionários podem usar um site, rede ou serviço de Internet. Pode descrever, por exemplo, quais tipos de arquivos os usuários podem fazer upload ou download, ou pode proibir o acesso de outras pessoas ou o vazamento de informações da empresa.
Senhas: Esta política destaca quais regras e processos você estabelece em relação à segurança de senhas. Por exemplo, quais são os seus requisitos para senhas seguras e com que frequência os funcionários devem atualizá-las?
Software antivírus: Esta política enfatiza se o software antivírus é ou não necessário no computador de cada funcionário e explica por que ou não.
Acesso remoto: Estabelece algumas regras básicas sobre se os funcionários podem acessar dados confidenciais fora do firewall do escritório ou se precisam de uma rede privada virtual (VPN) para acessar com segurança os recursos corporativos. Também aborda questões de acesso relativas a dispositivos móveis.
BYOD (Bring Your Own Device): Esta política descreve como e quando os funcionários podem usar sua própria tecnologia para conduzir negócios e acessar informações da empresa.
4. Aprenda com os outros
Você não precisa criar sozinho a política de cibersegurança da sua empresa. Pode ser útil revisar um modelo já feito de política de segurança de TI para ver como outras pessoas abordaram esse trabalho.
5. Desenvolva um plano de implementação e comunicação
Depois de implementar sua política, você precisa implementá-la com o mínimo de interrupção no fluxo de trabalho da sua empresa. Lembre-se de que esta política afetará diretamente os funcionários e seu trabalho, portanto, você precisa facilitar a adoção dessas mudanças.
6. Realize treinamentos regulares de segurança
Parte da criação de uma força de trabalho consciente da cibersegurança significa que você precisa treinar regularmente seus funcionários sobre questões de segurança. Não basta divulgar uma política e presumir que todos irão cumpri-la o tempo todo.
Você precisa fornecer treinamento contínuo para ensinar aos funcionários as novas políticas e procedimentos e fazê-los compreender os riscos que podem ajudar a mitigar. Na maioria dos casos, isso pode ser feito anualmente. Mas para aqueles que estão em áreas de alto risco ou com regras de controle de acesso mais rígidas, isso pode precisar ser feito com mais regularidade e deve definitivamente fazer parte de toda a integração de novos contratados.
Agora que você já sabe bem o que é segurança da informação nas empresas, que tal dar uma olhada em quais são os 5 pilares da segurança da informação? Confira também os cursos de cibersegurança disponíveis pela IBSEC.